segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O nada

Faz tanto tempo que não escrevo, talvez tenha perdido as esperanças nas letras. O que pode haver depois de tanto descontentamento e desassossego? Parece que o sentido e o peso das coisas mudam numa freqüência tão surpreendente quanto veloz. E acabo nem sempre sabendo se elas realmente mudam pra melhor ou pra pior, aliás, ledo engano o meu acreditar que eu possa ter a prepotência para saber o que é de melhor ou pior proveito. Não cabe a mim balancear as coisas. O nada já me é tão pesado que não posso me deter a nenhum outro ofício senão o de me nadificar. Sim, nadificar. Se ao menos assim eu pudesse me transmutar em uma centelha de luz no cosmos, ou em um lasco de madeira de uma árvore troncuda e frutuosa, mas não, o que vejo só é caos. Sei que não sou leviano, não aturo pessoas levianas, entendo tudo isso como uma forma sincera de adequação a minha realidade, sou um realista sem religião e sem ideologias...não queiram que eu encontre outros argumentos para colorir o meu discurso, se soa a você como sendo melancólico demais, responda-me em apenas um bom argumento qual é o verdadeiro motivo em que posso confiar minhas expectativas...

(Fábio Martins-Templário)

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